d.Sionna, muito alem de uma ótima sogra foi alguem por quem sempre tive um carinho enorme , contínuo e uma amizade sincera, que ficarão dentro de mim eternamente.Tínhamos muita confiança uma na outra, nos gostávamos de verdade, cuidamos uma da outra com amor nas horas boas e nas horas ruins.Discreta,nunca invasiva,delicada e muito presente em todos os momentos importantes da nossa vida. O que mais me marcou foi principalmente tanto ela quanto o Seu.Wolf sempre terem me feito eu me sentir muito querida e benvinda. Deles só ouvi elogios. Nunca ouvi absolutamente nenhuma crítica, nehuma reclamação, nunca os vi indignados com nada.
Conheci o Julio em 1970, e desde então, mesmo nas épocas mais complicadas, sempre fui recebida com um sorriso caloroso que eu sentia que era do fundo do coração.
D. Sionna foi uma mulher moderna. Era uma excelente contadora. Trabalhou muitos anos junto com sua inseparável irmã Dina , as duas com a organização e eficiência que lhe eram tão características. Falava inglês, dirigia e desempenhava com equilíbrio, com desenvoltura e muito bem, suas funções de mãe super zelosa e dedicada e esposa amada do empacotador auto didata que chegou a ser diretor da Mesbla. Seu relacionamento com Seu Wolf foi um exemplo para nós todos. De respeito, estímulo, apoio mútuo e de boa convivência. Tinham muito prazer em estar um com o outro e os momentos com toda a família também eram muitíssimo valorizados.
.Há uma história folclórica de que resolveram se casar ao dividirem um sanduíche de mortadela, e a partir de então, souberam compartilhar e contrabalançar com muita sabedoria a vida, o amor e o desenvolvimento e educação dos filhos. Sua ligação com os parentes foi extremamente próxima. Tanto que no início eu confundia as três irmãs. Nunca sabia direito com quem eu estava falando quando as encontrava juntas na piscina do Maguru, em Teresópolis. Logo que comecei a namorar o Julio, aprendi a amar as tres, simultaneamente tão parecidas e tão diferentes entre si. D.Sionna logo se tornou muito especial e sabíamos que podíamos contar uma com a outra para tudo.
Logo fui introduzida na união da famíla, que se caracteriza por sua integridade e generosidade. Nelson se tornou muito meu amigo antes até do que o Julio e com sua lucidez e sua segurança é meu grande apoio desde então. D. Carmem, de quem junto com Seu Salomão tenho meigas lembranças e cujos filhos e netos considero meus primos mesmo, muito queridos, com quem me dou tão bem até hoje, estando longe ou perto fisicamente, do Sr. Jaime , o irmão admirado, e em especial d. Dina, tão querida para nós todos, a quem em nome da própria d. Sionna, no meu nome , do Nelson, da Anete, do Alan , do Daniel , da Claudia e certamente do Julio também, quero expressar uma gigantesca gratidão por toda a dedicação e companhia sempre. Na sáude e na doença , prestando total assistência tanto a d. Sionna, como anteriormente a d. Anita, sendo absolutamente fundamental em todos os cuidados, coordenando e dando conta dos mínimos detalhes do dia a dia, amenizando o mais que podia, tanto quanto possível ou impossível, as dificuldades, que não foram poucas, com todas as preocupaçoes e tensões que foram infinitas. Enfim, em nome de nós todos, não há palavras para expressar o nosso super hiper obrigado mesmo!!
Fica também um grande e sincero obrigado ao Dr. Meer, ao Dr. Rafael , que tão bem cuidaram dela, sendo além de médicos, grandes amigos e as acompanhantes e a fisioterapeuta, que possibilitaram que ela ficasse em casa,no seu próprio ambiente, sem ter que ser internada.
Não tive o privilégio de conhecer d. Miriam, a irmã mais velha, que foi uma importante perda prematura,. Mas tanto nesta ocasião como em todas as outras grandes perdas por quais passou, d. Sionna foi muitíssimo forte! Não desestruturava, não perdia a classe nunca. Sua elegância resistia até as piores angústias. Aguentava os trancos e os sobressaltos e surpresas da vida e conseguia ir em frente, mantendo sua garra e sua firmeza que também se manifestaram últimamente até o fim.
Após o falecimento do Julio, ela me prometeu que continuaria na Wizzo e no jogo aos sábados. E assim foi, até quando lhe foi viável. E era sempre com muito prazer que contava as novidades do grupo Sinai, de suas chaverot de quem tanto gostava e que também tanto gostavam dela e a admiravam.
As imagens que vão prevalescer dela, internalizadas em mim para sempre, são a de seus olhos brilhando muito, com o mesmo brilho intenso que tanto me encantava nos olhos do Julio, que estavam especialmente iluminados no dia que fui ao apartamento da Leopoldo Miguez pela primeira vez, quando o Julio passou no vestibular. Depois no dia do meu noivado na casa dos meus pais , quando as duas famílias se uniam e se confraternizavam com tanta alegria, numa afinidade instantânea que a deixou radiante. No dia do meu casamento, em que ela estava linda, chiquerésima e extremamente feliz, e principalmente sua grande euforia nos dias que meus filhos Alan e Daniel e minha sobrinha Claudia nasceram.
Saberemos todos honrar sua memória com o mesmo amor e orgulho que ela sempre nos dedicou.
Obrigado a todos pela presença e por compartilharem nossa dor.